A maldade, o perdão e a esperança.
Tudo parte de minha percepção pessoal, não sendo algo religioso ou dogmático.
Estas reflexões são fruto de minhas experiências e visões do mundo que me acolheu. Um mundo que tem me permitido acreditar que posso, através de observação e uma prática de fé, experimentar a transcendência que tanto desejo. Uma experiência espiritual que preenche minhas necessidades diárias e constrói um relacionamento íntimo com quem, respeitosamente, chamo de Deus.
Assim, todos os “nós” que aparecem no texto referem-se a mim, Deus (em quem acredito) e ao mundo do qual me sinto parte.
A maldade
A maldade é um mal sutil, que aplicamos em nós mesmos ao acreditar que poderá afetar os outros.

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- Não há bondade nas intenções que ferem.
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- Deus é a perfeição em Sua plenitude.
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- Nós ainda somos imagens inacabadas, mas praticar o bem é um pequeno passo em direção à Sua imagem.
Encontraremos Sua semelhança quando o amor não for apenas uma busca, mas um estado de ser.
Hoje, acredito na bondade, não em minha bondade isolada, mas na bondade dos outros em relação a mim, aprendida através da dor – tanto a que sofri quanto a que causei.
O perdão
Meus erros foram muitos, mas tornaram-se a base para:

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- O arrependimento.
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- O perdão dado por Deus e por aqueles que me amam.
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- O meu próprio autoperdão, que me permitiu me amar.
Perdoar é uma graça, um alento sem promessas futuras. Contudo, o perdão foi um grande desafio, pois eu havia desanimado da humanidade. Por vezes, dizia que não acreditava mais no ser humano, colocando-me em um trono de auto-onipotência e julgando os outros.
Essa presunção me levou a um pântano de solidão, adoecendo corpo, alma e espírito.
A busca por esperança
Hoje, entendo que a paz é uma habitação genuína dada pelo Criador. Buscando algo que me acalentasse em relação à dor do mundo, comecei pela memória de minhas lamentações.

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- Resgatei a humanidade perdida dentro de mim.
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- Compreendi que havia um estado de paralisia emocional.
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- Descobri que buscava nos lugares errados: comparações, inveja, busca por aprovação e projeção.
Mesmo presenciando milagres, minha autodesumanização me impedia de enxergá-los.
Hoje, entendo o que Kierkegaard (1813–1855) filósofo, teólogo, poeta e crítico social dinamarquês, amplamente considerado o pai do existencialismo) quis dizer ao chamar a fé de um absurdo.
Minha crença no sobrenatural transcende a necessidade de explicações racionais. A fé me liberta da exigência de compreender tudo.
Esperança e transcendência
Assim, mantenho minha esperança de, dia a dia, caminhar para um relacionamento profundo com Deus, que habita meu coração. Espero um dia estar em Sua eternidade, junto a todos os humanos, em uma de Suas muitas moradas.

“A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus. Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda criação, a um só tempo, geme, e suporta angústias até agora. E não somente ela, mas, também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção de nosso corpo. Porque na esperança fomos salvos. Ora, esperança que não se vê, não é esperança(….)” (Rm 8.19-24).
Como criatura, fico feliz em saber que há esperança futura. Que possamos nos convidar todos os dias a acreditar que a maldade do mundo cessará.
Começando em mim.
Gratidão.
Autor do Artigo

Luiz Claudio de Souza Reis
Entusiasta do saber e da partilha, com formação interdisciplinar em Ciências Humanas.
Busco promover conexão e humanismo, incentivando superações e causas em favor da humanidade.
Dedico-me a questões sociais ligadas ao abandono e desamparo, promovendo amor, justiça social e a valorização dos valores humanos.
Gratidão e harmonia sempre.
Uma resposta
Como seres humanos, somos fadados a erros. Difícil compreender o interior de cada um. Procuremos nos moldar à vontade do Senhor, nosso Pai Maior, talvez assim, possamos amar e ser amado.